Não venda a alma ao diabo. Na
literatura universal há diversas obras que contam essa história. Em seu
livro Fausto, o escritor alemão Goethe mostra um homem que,
desiludido da vida, resolve vender a alma ao demônio em troca da juventude
eterna. Thomas Mann, no romance Dr. Faustus, mostra um músico que
também vende a alma ao demônio, para fazer a mais bela melodia do mundo. O
resultado é sempre o mesmo: as pessoas sacrificam o essencial pensando que
vão conseguir o que querem. E no final da história percebem que, apesar das
conquistas materiais, perderam a essência da vida. Ninguém consegue servir a
dois senhores ao mesmo tempo. Quem vive como escravo do dinheiro acaba sendo
vítima do demônio. É um desperdício fatal, pois nossa alma não tem preço!
Quando as pessoas começam a ver o
desemprego aumentar e tantas empresas quebrar, é natural que se sintam
inseguras. Esse panorama exerce grande pressão psicológica e faz muita gente,
temendo o fracasso, pensar em abrir mão de seus princípios na luta pela
sobrevivência. Bobagem pura.
"Vencer
é ótimo, mas o mais importante é ter a consciência tranqüila, saber que
tudo foi feito com ética"
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Quanto
maior a velocidade das mudanças, mais inabaláveis devem ser os valores de
uma pessoa. Seus princípios devem alimentar cada decisão de sua vida. Claro
que dá mais trabalho vencer sendo honesto consigo mesmo, mas você vai
sentir muito mais orgulho de si próprio. Os maiores aplausos têm de vir da
sua consciência.
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Vitória sem escrúpulos não vale a
pena. Nossa consciência cobra um preço muito alto quando a contrariamos, e
esse preço vem em forma de insônia, mau humor, tristeza...
A vitória é deliciosa, mas só tem
sentido quando conquistada dentro das regras do jogo.
Em meu trabalho com atletas de alta
performance, deparei com profissionais cujo passe estava avaliado em milhões
de dólares, profissionais com contratos milionários. E, em toda a minha
orientação para ajudá-los a conquistar títulos e medalhas, sempre insisti na
questão ética. Devemos lutar para vencer sempre, mas nunca de qualquer jeito.
Quando um atleta ganha uma prova utilizando anabolizantes, quem vence a prova
não é ele, mas o anabolizante. Esse atleta não cresce com a conquista, pois
sabe que a vitória não foi sua. É uma vitória que destrói a auto-estima.
A mesma coisa acontece com o aluno
que cola para passar de ano. Ele vence uma prova, entretanto perde o respeito
por si mesmo. É um preço alto.
Vencer é ótimo, mas o mais importante
é ter a consciência tranqüila, saber que tudo foi feito com ética. As
melhores vitórias são as conquistadas com muito treinamento, estratégia e
dedicação. Respeite a si próprio e mantenha a dignidade. Talvez a curto prazo
isso possa representar uma derrota, porém a certeza de poder contar consigo
próprio criará os fundamentos da conquista de muitas vitórias lá na frente.
E, como você bem sabe, chegar ao pódio é difícil, porém muito mais complicado
é permanecer nele.
Talvez você esteja pensando: “Mas,
Roberto, eu amo o que faço, sou um profissional honesto, só que as coisas não
dão certo para mim”.
Bem, é importante ter valores
fundamentais, respeitar nossa vocação, mas é essencial também desenvolver
competências que transformem essa vocação em resultados. A felicidade
profissional ocorre quando nossa vocação se soma à nossa competência.
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